quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

A joker, After All

 How terribly sad it was that people are made in such a way that they get used to something as extraordinary as living.

Apago as brasas do fotolog e (re)acendo uma nova fogueira: blog.

Tudo muito limpo, tudo muito simples. Mas decidir um foco é sempre uma coisa importante.

Deveria seguir com a estratégia do fotolog? Escrevendo pensamentos corriqueiros e ocasionais epifanias e revoltas?

Deveria seguir com a estratégia do antigo Revomadness? Escrevendo textos artificiais e incrivelmente pseudo-intelectuais?

Deveria seguir com a estratégia do Fantasy Within? Com textos épicos e um diário?

Não, não e não.

Ou melhor: sim, sim e sim.

E digo mais: mais ou menos, mais ou menos e mais ou menos.

Esse é o meu (novo/velho) espaço, o que me da liberdade de juntar tudo e fazer daqui, novamente, um lar. E para me acomodar, é preciso pensar o que fica melhor em cada lugar.

Não quero um diário, pois, assim, um dia de tédio renderia um post entediante.
Não quero um canto filosófico, pois pouco do que penso se enquadra em filosofia. Esta mais para "devaneios".

Ok. O ponto foi entendido. Certo?

Vou deixar de rodeios e falar lógo o que quero: escrever.

Venha o que vier, sirva a quem servir, só quero exercitar os dedos e a mente. As vezes com pensamentos completos, as vezes cortados, mas sempre tentando seguir uma linha.

Esse blog será de registros. Do que passei, do que pensei, do que imaginei, do que sonhei.

Um diário, então? Pessoal e, as vezes irreal? Ta certo, me rendo ao termo. É um diário, que entra nesse blog para encerrar e recomeçar conflitos e dúvidas comigo mesmo. Como quando é descartado um Coringa em meio à uma partida de canastra: pode ser utilizado ou não? Isso foi definido nas regras? Por que foi descartado? A mão do jogador é boa demais? Ele esta com a corda no pescoço ou eu estou?

Um Coringa é, afinal, o que Sharla sempre me foi. A carta diferente, que ilumina e aterroriza. Importante em certos momentos, mas ilegal (ou "inútil") em outros.

Que seja esse (blog) um Diário de Sharla. O Diário do Coringa. (que acha para um nome bacana que sempre desejou dar ao blog?)

Arrivederci!

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

11/03/2011 - Night


Sempre chove quando vou de moto ao trabalho.


Chegar em casa ontem foi o cúmulo. Chuva em POA e eu de moto no centro. Comprei uma capa de
chuva por 5,00 na frente do Mercado Publico para tentar ajudar. Pelo preço eu já imaginei que
teriam a qualidade de sacolas de supermercado do Nacional grudadas. Passei perto: eram do zafari (transparentes).
Me enrolei naquela coisa, já rasgando pedaços na tentativa. E me fui para o ap da minha vó. Lugar onde, diga-se de passagem,
estou levando uma vida junkie, já que estou a semana sozinho por lá. Já imagino um pouco como será morar sozinho.

Enfim, a cada parada de sinaleira, a agua escorria pelas minhas pernas. Já que a capa acabava no joelho. Mas estou
exagerando. Ela ajudou, do joelho pra cima eu estava seco. Meus pobres tenis reclamaram da injustiça, mas parei de ouvir meus pés
desde a época em que fui para o quartel.

Chegando em casa, a capa já foi para o lixo, se esmigalhou quando tentei tirá-la. Queria um banho mas precisava descer ao apartamento
do meu tio-avô para ajustar o roteador wireless na internet dele e a liberar para meu notebook no andar de cima.

Coisa simples, na teoria. Mas a teoria é sempre bela e utópica. A realidade é cruel.

Passei mais de uma hora tentando, tudo dava certo no início mas ao salvar, a internet caia sempre e eu precisava reiniciar.
Finalmente desisti. Não sou muito disso mas estava cansado, com fome e precisando de um banho, e fazer o trabalho de Arte. Talvez tivesse
tentado mais se o cheiro de pizza que eu não sabia de onde vinha fosse um pouco menos delicioso.

Ao chegar na sala e me despedir do meu meio-parente, descobri a origem do cheio. Tia Gelsi a fez e me ofereceu uma outra pizza, congelada.
Aceitei sem pensar duas vezes. Eventualmente, vendo House deitado na sala e comendo, descobri pela caixa que estava vencida a um mês e meio.
Whatever, ainda estou vivo no dia seguinte (se eu parar de postar, informem os legistas).

Subindo para o lar adotivo, acabei por baixar o livro que o professor insistiu que não poderia disponibilizar no xerox pelos direitos autorais
(felizmente ele esqueceu de avisar aos bons moços da internet), fiz meu trabalho e descobri que a wireless não roda na sala. Choraria se não fosse
meu último dia de solidão. Meus avos já devem estar de volta então me isolarei no quarto durante as noites.

Penso ainda se devo assinar internet apenas ou Net junto, ver Law & Order e House é legal, mas vale o investimento?

Por fim, peguei no sono no sofá mesmo. A barriga cheia de pizza vencida e a cabeça no último mistério que o Médico cinico e genial, que passei a me
interessar não fazem dois meses, estava resolvendo. Fui acordado ainda pelas 23:30 pela gatinha, querendo saber como eu estava após chuva e trabalho.
Eu ia ligar para ela mais tarde, conexão de pensamentos é lindo. Após uma boa conversa desliguei sentindo saudades e vi o resto de Scrubs (House havia terminado).
Pulei o banho e fui dormir. Bem porco e bem cansado.

Arrivederci!




Postado, originalmente, em 11/03/2011 no blog Fantasy Within.

11/03/2011


Com quantas mulas se abre uma imobiliária?


Odeio imobiliárias. Odeio do fundo do meu coração. Elas querem receber por acaso?

Pensem comigo: não abrindo no horário de almoço e nem aos sábados. Como alguém empregado (e assume-se que eles queiram alugar para pessoas que ganhem dinheiro) pode ver o apartamento ou ao menos ter tempo para FALAR com eles? E pra piorar, mesmo vendo e adorando o apartamento, eles não dão preferência, não reservam, se não tiver metade da papelada já pronta. E o que dizer da comunicação. Eu mando e-mail perguntando 6 coisas, me respondem duas.

Fico com a impressão que é uma selva. Que vença (ou melhor: alugue) o melhor, o mais rapido. Preciso, portanto, preencher papelada e autentificar cópias de coisas em Lajeado, a 120 km de POA, no final de semana para segunda feira ter sorte de ser o primeiro interessado a chegar lá e entregar tudo. Lucky me.

Mas a vida é uma correria. Vamos, então, correr.


Arrivederci!




Postado, originalmente, em 11/03/2011 no blog Fantasy Within.

10/03/2011 Revisited


"As it turned out, it was nothing much"



Eu atrapalhei o sono e isso, com razão, a irritou. Eu cheguei a cogitar essa hipótese? Parece simples demais para eu te-lo feito.

Basicamente a cabeça se encontra mais leve do que nunca. Não compreendo como consigo pensar em tudo menos no obvio. Sigo afirmando que me falta tanto. Ela apenas queria dormir. 

Dormir. Vontade natural do ser humano.
Irritar. Habilidade natural minha.

E mudando de saco pra mala: achei o meu ap. Depois de morar em lajeado, morar no quartel, morar com a namorada na Guilherme Alves, frente ao Bourbon Ipiranga, morar com a ex na Vicente da Fontoura, esquina do Zafari Ipiranga, morar com os avos no Moinhos de Vento/Felix da Cunha. Agora, meu proximo destino é a Duque de Caxias: centro.

É a uma quadra da namorada, mas não é tudo. É grande, é bem localizado, posso pagar ajudando minha mãe.

Vai valer a pena, sei que vai.




Postado, originalmente, em 10/03/2011 no blog Fantasy Within.

10/03/2011


"Quanto mais o tempo passa, mais percebo como é difícil superar inseguranças."


Já tive três aulas. Português, que irá se resumir e ler e escrever (acho justo); Comunicação e Arte, cadeira a distância em que precisarei entregar pela internet um trabalho por semana (e já estou devidamente atrasado essa semana); e Iniciação ao Conhecimento Ciêntifico, que parecia alienígena para mim até entender que, basicamente, aprenderei as bases que formam um conhecimento (cientifico). Complicado? Não. Toda verdade veio de estudo, via observação e testes. É isso que aprenderei.

Falta uma cadeira cujo nome não me recordo. No geral sei que vou gostar. Estou
confortavel nesse curso como nunca estive.

E na vida? As melhores férias que já tive acabaram. Foram desgastantes (sss). Mas tudo no bom sentido. Trabalhei integral e namorei no tempo restante. Terminei um jogo no pouco tempo livre e se pudesse ter transformado esse tempo em mais extra de namoro, o faria.

Agora com as aulas, viria a realidade. Mas preciso esperar. Encontrar um apartamento. E é complicado. Acho que hoje é o grande dia, de bater o martelo. Aposto todas as minhas fichas no que verei hoje. Wish me luck.

E a parte psicologica. Tudo esta indo incrivelmente natural. Mas há pontos que preciso aprender: se, como para toda comprovação de verdade, é preciso ser um bom observador, analisador e prático, preciso levar isso pra vida.

Explico: na medida em que não fixo que estou namorando com alguém muito mais maduro e completo do que jamais fui, continuarei tendo esses momentos de incerteza, como que perdido no vazio, sem conseguir construir a ponte de saída. Tudo isso mentalmente, lógico. Mas preciso ter mente que tudo tem um motivo. Humores não mudam por simples alteração de vento.

Por quê é tão sufocante em mim essa busca por perfeição. Me sinto demais conectado ao filme "Cisne Negro" (2011). Dói errar, mesmo após uma noite de risada, de conversa, de (opa, cometi um erro na noite, patético como só eu poderia. Mas no fim tudo tinha acabado bem, não? NÃO? Ou será que nos segundos que cochilei eu ofendi? Acho válida a teoria, acho repugnante minha atitude, acho doloroso a incerteza)... de cochilo, mesmo após tudo isso, errei na manhã.

O que faltou? Levar para o lugar que prometi? Pode ter sido a causa da frustração, da raiva. Mas não fiz por mal, estava disposto a leva-la, mas ficou decidido na noite anterior que o faríamos sabado.
Ou fiz parecer que não quero mais a companhia? Que ela seria um atraso? Explicaria também. Estamos falando de uma menina, com M maiúsculo, ainda que mais forte e confiante do que eu consigo alcançar. Mas ainda assim, menina. Fiz parecer que seria um atraso? Só queria que ela descansasse.

Ou não é nada? Ela não diria, não na hora. Talvez apenas tenha se incomodado com minha insistência. Talvez fosse o contrário mesmo, queria dormir, descansar, e eu a estava mandando embora. 

Não, não foi isso, ela reclamou que nem sabia onde estava. Ela queria calma, companhia para chegar em casa. Coisa que não podia fazer lógo pois devia estar na aula.

Queria saber o que fiz. Ainda estou em um nível de imaturidade (mental) em que, na dúvida, estou errado. BEM errado. Sonho com o dia em que possa ter dúvida, com o dia em que, fiz o certo e a causa de descontentamento seja, realmente, apenas coisas do vento. Até lá, passo a manhã me remoendo. Torcendo para ver um sorriso na tarde. Torcendo para não ter errado feio. Torcendo para não ter errado at all.

Vale tanta tortura mental? Vale, sempre valerá. Amo, como nunca. Apenas despejo o desnecessário aqui. Os pensamentos que não vale a pena serem discutidos. Coisas que podem, muito bem, ser nada, e sumirem tão rapido surgiram.

Em nome de meu próprio crescimento. Sigo tentando.

Tentativa e erro. Como aprendi na aula ontem, fazem uma verdade. A verdade que procuro é a perfeição. Se é utópica, como o comunismo que também conversei ontem, mas a noite na cama, não sei dizer. Mas a busca me faz feliz. Para encontrá-la: tentativa e erro. Investindo em acertos. Eliminando os erros.

Conseguirei. Sou lindo, esperto e capaz.

Arrivederci!


Postado, originalmente, em 10/03/2011 no blog Fantasy Within.

700 Anos

Eles se reencontravam, finalmente, após 700 anos.

As mudanças eram tão grandes e tão aparentes que o único fator que os faziam se reconhecer era o seus olhos. Pois não importa o quanto alguém suba ou caia, os olhos são proibidos de mudar.

O momento não foi planejado por eles. Entretando, também não poderia ter sido evitado. Era profetizado, era inevitável, era a hora.

Não haveriam diálogos nem discussões. Não estavam ali para isso. Esses ventos havia, a muito, passado. O objetivo desse encontro era simples e direto.

Ela havia apagado seu passado. Através de ferro e fogo, reduziu à cinzas sua imagem e seguiu. Cada vez mais penosa, cada vez menos segura.

Já ele, por outro lado, amarrou seu passado nas costas. Limpo e claro, estava em um recomeço para algo que nunca havia terminado.

A principio confusos, eles passaram a caminhar em círculos, espada e lança à mão. O céu se tornou marrom e, antes mesmo da investida, ele se viu derrotado.

Assim como não escolheu estar ali, não pode escolher o resultado. A cor disse, a cor comanda.

E ele já estava caindo. Rápido. Com um último olhar ao topo do monte, viu ela, com a lança cravada no chão ao seu lado. Encarando-o com seus olhos brancos, ela o apavorou, quando eles começaram a mudar.

Como fumaça preenchendo uma sala, eles se tornaram vermelhos.

Ela nao tinha esse direito, e ele não esqueceria essa injustiça, essa traição à propria traição.

E ele continuou caindo, atravessou nuvens e sumiu da vista dela, que permaneceu mais tempo ali em cima, encarando sem pressa as nuvens abaixo e, depois, o céu marrom acima.




Postado, originalmente, em 21/09/2010 no blog Fantasy Within, sua conclusão se perdeu nas memórias do autor.

After the Disaster

O garoto olha horrorizado o campo. Uma lágrima cai de seu olho, seguida por várias outras. Não consegue segurá-las. Mal tem forças para secá-las. Toda sua atenção esta presa no que antes era verde e florido, um lindo colorido de pétalas e aromas agora é rochoso e triste. A fumaça cinza pairando no ar. Não há mais vida naquele lugar de harmonia. Não há mais nada. 

Caindo de joelhos, ele não consegue entender totalmente o que causou aquilo. A um dia atrás tudo parecia bem. A horas atrás ele estava sentado na fonte, banhando-se do mais puro mel. E agora, com a cabeça doendo e os olhos inchados, ele apenas observa. 

Atrás dele, uma silhueta passa despercebida, se aproximando, até se parar do lado do menino. Uma mão pesada pousa em seu ombro, o velho encapuzado não chora, apenas sorri com uma expressão séria. 

"Nada esta perdido, dentro de você esta a vontade de seguir e reconstruir". Disse o ancião, antes de se virar e partir de volta para seu caminho. 

Mas o jovem não via mais isso. Quando a última lágrima caiu do rosto, ela evaporou antes de alcançar o solo. O olho, antes azul, agora se assemelhava a um vermelho mais forte que o sangue. O sorriso no rosto era desgostoso, quase indiferente com tudo em volta. Nos pensamentos, pouca coisa se fixava. Do mais triste ao mais feliz, tudo passava rápido, lembranças começavam a virar sombra. 

Não havia mais tristeza, não havia mais alegria, não havia mais carinho. Não havia mais nada. 

A pedra palpitava dolorosamente. Era a pior escolha, e jamais levaria a luz alguma. 

Mas ele não havia escolhido a luz. O caminho árduo e justo não tentava mais. Na destruição que ele causou, percebeu-se o êxtase. E cada vez querendo mais, deitou-se e aproveitou o calor.




Postado, originalmente, em 05/07/2010 no blog Fantasy Within