Caindo de joelhos, ele não consegue entender totalmente o que causou aquilo. A um dia atrás tudo parecia bem. A horas atrás ele estava sentado na fonte, banhando-se do mais puro mel. E agora, com a cabeça doendo e os olhos inchados, ele apenas observa.
Atrás dele, uma silhueta passa despercebida, se aproximando, até se parar do lado do menino. Uma mão pesada pousa em seu ombro, o velho encapuzado não chora, apenas sorri com uma expressão séria.
"Nada esta perdido, dentro de você esta a vontade de seguir e reconstruir". Disse o ancião, antes de se virar e partir de volta para seu caminho.
Mas o jovem não via mais isso. Quando a última lágrima caiu do rosto, ela evaporou antes de alcançar o solo. O olho, antes azul, agora se assemelhava a um vermelho mais forte que o sangue. O sorriso no rosto era desgostoso, quase indiferente com tudo em volta. Nos pensamentos, pouca coisa se fixava. Do mais triste ao mais feliz, tudo passava rápido, lembranças começavam a virar sombra.
Não havia mais tristeza, não havia mais alegria, não havia mais carinho. Não havia mais nada.
A pedra palpitava dolorosamente. Era a pior escolha, e jamais levaria a luz alguma.
Mas ele não havia escolhido a luz. O caminho árduo e justo não tentava mais. Na destruição que ele causou, percebeu-se o êxtase. E cada vez querendo mais, deitou-se e aproveitou o calor.
Postado, originalmente, em 05/07/2010 no blog Fantasy Within
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