Eles se reencontravam, finalmente, após 700 anos.
As mudanças eram tão grandes e tão aparentes que o único fator que os faziam se reconhecer era o seus olhos. Pois não importa o quanto alguém suba ou caia, os olhos são proibidos de mudar.
O momento não foi planejado por eles. Entretando, também não poderia ter sido evitado. Era profetizado, era inevitável, era a hora.
Não haveriam diálogos nem discussões. Não estavam ali para isso. Esses ventos havia, a muito, passado. O objetivo desse encontro era simples e direto.
Ela havia apagado seu passado. Através de ferro e fogo, reduziu à cinzas sua imagem e seguiu. Cada vez mais penosa, cada vez menos segura.
Já ele, por outro lado, amarrou seu passado nas costas. Limpo e claro, estava em um recomeço para algo que nunca havia terminado.
A principio confusos, eles passaram a caminhar em círculos, espada e lança à mão. O céu se tornou marrom e, antes mesmo da investida, ele se viu derrotado.
Assim como não escolheu estar ali, não pode escolher o resultado. A cor disse, a cor comanda.
E ele já estava caindo. Rápido. Com um último olhar ao topo do monte, viu ela, com a lança cravada no chão ao seu lado. Encarando-o com seus olhos brancos, ela o apavorou, quando eles começaram a mudar.
Como fumaça preenchendo uma sala, eles se tornaram vermelhos.
Ela nao tinha esse direito, e ele não esqueceria essa injustiça, essa traição à propria traição.
E ele continuou caindo, atravessou nuvens e sumiu da vista dela, que permaneceu mais tempo ali em cima, encarando sem pressa as nuvens abaixo e, depois, o céu marrom acima.
Postado, originalmente, em 21/09/2010 no blog Fantasy Within, sua conclusão se perdeu nas memórias do autor.
Invocação do Mal
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